quinta-feira, 11 de dezembro de 2014


Alta Floresta, 11/12/2014


   A Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Mato Grosso – Sistema OCB/MT, através do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de Mato Grosso – Sescoop-MT -  realiza o Fórum Mato-grossense de Cooperativas de Mineral no dia 15 de dezembro, das 8h às 17h, na sede do Sistema OCB, em Cuiabá/MT, com o propósito de sensibilizar, mobilizar e articular lideranças para a revitalização do Ramo Mineral, contribuindo para aplicação de diretrizes no desenvolvimento e fortalecimento do setor.
Estarão presentes os dirigentes, superintendentes e gerentes das Cooperativas Ramo Mineral, para trocar experiências, avaliar tendências envolvendo o cooperativismo mineral em âmbito nacional, debater perspectivas futuras para o desenvolvimento do Ramo Mineral e principalmente promover a integração entre os dirigentes.
Na programação, logo após a abertura oficial do presidente do Sistema OCB/MT, Onofre Cezário de Souza Filho, o superintendente Adair Mazzotti fará a apresentação do Sistema OCB/MT. Ainda na parte da manhã a analista técnica econômica da OCB Nacional, Flávia Zerbinato Martins vai falar das perspectivas 2015 e trabalhos de 2014; e o coordenador nacional do Conselho Consultivo do Ramo Mineral, Sérgio Pagnan, fará a apresentação dos trabalhos discutidos e realizados no Conselho Consultivo.
Na parte da tarde, um representante da Metamat – Companhia Mato-grossense de Mineração - vai falar da atuação e incentivo às Cooperativas de mineração; serão repassadas também, orientações sindicais pela assessoria jurídica do Sistema OCB/MT; será apresentado o perfil socioeconômico, governança e gestão das Cooperativas, pelo representante do Ramo Mineral de MT, Gilson Camboim.  Na pauta, ainda estão temas como o desenvolvimento do negócio Cooperativo; a Legislação da atividade – Marco regulatório Federal / Estadual; aspectos fiscais e tributários; oportunidades de Intercooperação; sustentabilidade da Sociedade Cooperativa – Ato Cooperativo; regularidade dos Associados/Cooperados; regularidade das Cooperativas; programa de Educação/Capacitação.

domingo, 7 de dezembro de 2014





07/12/14 09:59


Uma potente draga de extração de ouro está operando na cachoeira de Santo Antônio, no local onde é construída uma das hidrelétricas do Rio Madeira. A denuncia foi encaminhada ao Rondoniaovivo na manhã de sexta-feira (12) por leitores que estiveram a passeio no local e constataram que a mesma estava “escariando” um banco de areia no lado direito do “Madeirão”. Os denunciantes também afirmaram que a draga estaria “apoitada” sobre uma grande “fofoca”, termo usado nos garimpos para se designar um grande veio aurífero.












Polícia Ambiental apreende 13 dragas e 6 balsas no rio Madeira



Operação realizada em duas etapas, no início do ano e nesta semana, também incluiu um garimpo de terra em Machadinho do Oeste.
Autor: Ana Aranda

O Batalhão da Polícia Ambiental (BPA) encaminhou à Polícia Federal 13 garimpeiros flagranteados  por extração ilegal de ouro e usurpação de bens da União  nas regiões do Alto e Baixo Madeira e em um garimpo de terra que estava sendo explorado na localidade de Tabajara, município de Machadinho, nas proximidades do rio Machado. Os garimpeiros flagranteados foram encaminhados para a Polícia Federal. Também foram apreendidos bens materiais no valor de R$ 5 milhões e 600 mil. A operação foi feita em duas etapas. A primeira no final do ano passado, na região compreendida entre Porto Velho e Calama, e outra de 15 dias finalizada nesta semana no trecho do Madeira que vai da cachoeira de Teotônio até a balsa do Abunã.   Na segunda etapa da operação foram aplicadas multas no valor de R$ 166 mil.
As informações são do comandante da operação, Tenente BPA Rodrigo Arrivadene. Segundo ele, a operação foi feita para atender a uma solicitação do  Ministério Público Federal, baseada em informações levantadas pelo serviço de inteligência da polícia. Na região do Baixo Madeira foram apreendidas três dragas – que são embarcações de maior porte, com cerca de 20 metros de cumprimento  11 de largura – e seis balsas, que são menores e mais rústicas. No Alto Madeira, foram seis dragas apreendidas. As condições do rio neste trecho só permitem a operação de dragas devido ao aumento do volume de água provocado pela construção da UHE de Jirau.
A extração ilegal de ouro em Rondônia é um problema antigo. Para coibi-lo, o BPA mantém uma
Destruição no garimpo ilegal de Tabajara - Foto - BPA
fiscalização rotineira e também realiza operações como esta finalizada nesta semana. “Este tipo de trabalho exige uma logística complexa e cara, o que dificulta a realização das mesmas”, explica o Tenente Arrivadene. Na que foi realizada recentemente, participaram 20 policiais e foram utilizadas cinco viaturas, três embarcações de pequeno porte e outra de porte médio.
Prejuízos
A extração ilegal de minério, como o ouro, provoca graves prejuízos ambientais. Os garimpos feitos em terra deixam grandes crateras no solo, alterando profundamente a paisagem. Já a extração na água favorece o assoreamento dos rios, o que afeta a navegação, entre outros problemas. A população que vive no entorno dos garimpos também é afetada pela atividade ilegal. “Além de todos estes prejuízos sociais e ambientais há ainda um prejuízo para o País, em que toda a população é lesada, já que os minérios são propriedade da União e só podem ser explorados em lavras licenciadas”,  considera o Tenente Arrivadene.

sábado, 6 de dezembro de 2014










O mapa das áreas da Cooperalfa mostra dois tipos de direitos minerários, Requerimento (Cor Azul) e Lavra  Garimpeira (Cor Laranja). As áreas estão localizadas nos municípios de Alta Floresta, Paranaíta, Carlinda, Apiacás, Novo Mundo, Peixoto de Azaevedo e Canaã do Norte. 
06/11/2014 18h46

Polícia de Meio Ambiente desarticula exploração ilegal de garimpo

Local foi fiscalizado outras três vezes somente este ano.
Garimpeiros podem responder por crime ambiental.

Foram presas 15 pessoas na tarde dessa quinta-feira (6), suspeitas de garimpo ilegal  no distrito de Hematita, município de Antônio Dias, no leste de Minas. Segundo informações do Sargento Wesley Chaves, a 12ª Cia Independente de Meio Ambiente e Trânsito de Ipatinga, a polícia chegou ao  local por meio de denúncias anônimas.
Com os garimpeiros não foram encontradas nenhuma pedra preciosa. Essa é a terceira vez, somente este ano, que a polícia atua no garimpo ilegal. Os garimpeiros, moradores de Ipatinga,Nova Era e Antônio Dias, disseram à polícia que aceitaram o trabalho, porque foram informados que a área estava legalizada. “Os trabalhadores informaram que somente aceitaram o trabalho porque foram informados pelo contratante que tudo estava legalizado. A maioria deles não tem passagens pela polícia”, contou o sargento Wesley.
Com o grupo foram apreendidas várias ferramentas, como pás, enxadas e carrinho de mão. Também foi apreendida uma arma de fogo que era utilizada por um dos detidos.
Os garimpeiros  foram presos em flagrantes e encaminhados para delegacia de Ipatingax. Segundo o sargento Chaves eles podem responder por crime ambiental.
Operações passadas
Ainda segundo a PM, o garimpo onde os trabalhadores foram presos, é o mesmo que há três meses, oito pessoas foram presas por extração ilegal de mineral. Na época, 15 quilos de topázio foram apreendidos.
Em setembro de 2013, um homem de 58 anos, também foi preso por exploração ilegal de pedras preciosas e semipreciosas e posse irregular de arma de fogo. Na oportunidade a PM, cumpriu um mandando de busca e apreensão expedido pela Justiça, e policiais se deslocaram até a residência de Carlos Miranda Alves Pereira.
Na época da apreensão, os militarem encontraram na residência de Carlos Miranda, pedras de turmalina, águas marinhas, alexandrita, esmeraldas, ametista e topázio.
“O Miranda foi apontado por esse grupo apreendido como o próprietário do garimpo. Ele foi preso em setembro do ano passado, mas responde o processo em liberdade. Os garimpeiros afirmaram que foram contratados para trabalhar para o Carlos Miranda e que todo serviço era dividido em 50%, para eles e para o Miranda”, explicou Chaves.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014




Qual o melhor?




A escolha de um detector de metal depende de dezenas de fatores:
  • O que você quer detectar?
  • Onde você quer detectar?
  • Quanto você pode pagar?
Você pode querer detectar pepitas e cavas de ouro e outros metais,  jóias e relíquias históricas ou apenas caçar jóias e moedas nos finais de semanas.
O local onde você quer detectar é também muito importante, você pode querer um detector de metal flexível para todos os locais, ai você precisa de um equipamento com “ajuste de terra”, na areia da praia, no mar, em rios e em terra.
Esse é o principal item, “Quanto você pode pagar?” , existem detectores de metal de US$100,00 até  mais de US$10.000,00, isso depende dos itens acima e de sofisticação, características e  desempenho do detector.
Aconselho em começar com um equipamento de marca, só assim você não vai se decepcionar logo de cara com o Hobby, White’s, Garrett, Minelab, Fisher, Bounty Hunter e Teknetics são algumas boas marcas de detectores de metais que estão no mercado, tanto para o uso profissional quanto para o Hobby.
Os Detectores de metal podem ser extremamente útil quando você tem um objetivo, mas se você simplesmente deseja ter um detector de metais, mas não tem idéia por que ou para que usar, você esta cometendo um grande erro. Você tem que ter em mente o objetivo e finalidade para adquirir seu detector.
O Brasil é um pais relativamente novo, se você não mora em um lugar onde é plausível encontrar reliquias, ouro, objetos preciosos e praias, então, comprar um detector de metais pode ser um desperdício de dinheiro, comprar um detector de metais, sem qualquer estudo prévio e o primeiro passo para dentro de alguns poucos meses estar anunciando no Mercado Livre seu equipamento
Claro que você pode ter sorte e encontrar algo que tenha sido enterrado ali por muitos anos, pode até mudar a história, mas é muito difícil, quase impossível, o local que você mora deve ser o seu principal fator determinante para se ter um detector, se seu bairro ou cidade é antiga, você tem uma grande chance de encontrar algo valioso nos arredores e estar perto de uma praia também é um bom fator.
Tome seu detector simplesmente como hobby, como pescar, tem que ter pasciencia e por muitas vezes perder horas ou ficar dias sem encontrar nada de valor relativo, lembre-se de levar em conta o custo beneficio na hora da compra e boa sorte.
[Foto]
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05/12/2014 23h14

Também foram apreendidos drogas, caminhões com madeira ilegal e motos.
Apenas um flagrante foi realizado pela PF durante Operação Brasil Integrado.

A Polícia Federal (PF) divulgou na tarde desta sexta-feira (5) as apreensões realizadas durante a Operação Brasil Integrado. Foram abordadas 51 balsas, lavrados termos circunstanciados por crimes ambientais, um flagrante por usurpação de bens da união em decorrente de extração de ouro no leito do Rio Madeira sem autorização do órgão competente.
Também foram apreendidos quatro quilos de cocaína, cinco de maconha, seis caminhões com madeira ilegal e três motos roubadas. As ações aconteceram também nos municípios de Vilhena,Guajará-MirimNova Mamoré, Buritis, São Miguel do GuaporéRolim de Moura,  Ariquemese distritos de Ponta do Abunã e Jacinópolis.
Operação Garimpo Porto Velho (Foto: Ana Kézia Gomes/ G1)Policiais federais nas margens do rio Madeira
(Foto: Ana Kézia Gomes/ G1)
O Ministério da Justiça divulgou o balanço da operação que aconteceu em todo o país. Foram detidas 292 pessoas e apreendidas, nesta etapa inicial, 65 armas de fogo e 493 munições, R$ 47 mil, 217 quilos de drogas, além de 105 veículos roubados.
A ação inédita reuniu 20 mil integrantes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional de Segurança Pública e de Polícias Militares, Polícias Civis e de Corpos de Bombeiros de todo o país.
Segundo o ministro José Eduardo Cardozo, as operações buscam perpetuar a experiência de atuação vitoriosa na Copa do Mundo para a segurança pública do país. "Começamos a fazer história com a primeira mobilização integrada em plano nacional. Essas ações são protótipos para que em breve tenhamos protocolos permanentes de atuação integrada e centros de monitoramento e controle em todo o país", revelou.

05/12/2014 11h05






Polícia Federal inicia operação contra garimpo ilegal no Rio Madeira, em RO


Cinco embarcações estão no rio, em Porto Velho, para flagrar crimes.
Operação Brasil Integrado teve início na manhã desta sexta-feira, 5.

A Polícia Federal, com o apoio da Marinha do Brasil e da Polícia Militar Ambiental, deu início na manhã desta sexta-feira (5) à Operação Brasil Integrado, para apreender dragas que fazem garimpo ilegal nas águas do Rio Madeira, em Porto Velho.
No início da manhã, oito carros da PF saíram da sede da superintendência da corporação para o Porto Passarão. Do local, cinco embarcações partiram para as buscas no rio.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014




Eike, Deuzito e Novo Planeta



Depois de se tornar o homem mais rico do Brasil, Eike Batista, tem dado várias entrevistas aonde cita um garimpo de ouro no meio da floresta, como início de sua trajetória milionária. O garimpo de ouro do qual ele fala é o garimpo Novo Planeta localizado a 35 Km de Apiacás-MT. O garimpo foi descoberto no final do ano de 1980 por um garimpeiro chamado Deuzito. Encontrei-me com Deuzito em 2007, na cidade de Novo Progresso-PA, aonde me relatou o motivo de ter que abandonar a recém descoberta do Planeta. No início da descoberta era apenas poucos garimpeiros com ele, mas na proporção que iam comercializando o ouro o número de garimpeiros foi aumentando, até que recebeu a intimação do Sr. Ariosto da Riva, colonizador da cidade de Alta Floresta e região, que segundo Deuzito, foi feito um acordo com o Sr. Ariosto, que o número de garimpeiros não podia ultrapassar de 300 pessoas, caso isso acontecesse o garimpo seria assumido por Ditão, gerente de garimpos do Sr. Ariosto. No mês de fevereiro de 1981 já passava de 1.000 garimpeiros e Deuzito teve que entregar o garimpo em troco de ninharias para Seu Ariosto, que dizia ser dono das terras. Foi aí que surgiu Eike Batista que comprou o garimpo do Sr. Ariosto e desapropriou 3.000 garimpeiros que trabalhavam na região. O pai de Eike, era o então presidente da Vale do Rio Doce, Eliesér Batista. Começou então uma disputa pelo garimpo entre garimpeiros e o novo proprietário Eike Batista, que ao perceber que não teria condições de controlar o garimpo, convidou Octávio Lacombe, dono do Grupo Paranapanema para uma sociedade, aonde Eike ficaria com 33,3% das acões da empresa.





A cooperativa dos Garimpeiros e Mineradores de Alta Floresta foi fundada para dar suporte aos balseiros que se encontravam sem opção de trabalho no rio juruena.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

01/12/2014 22h12

Pessoas presas são suspeitas de praticar garimpo na área indígena.
Operação ocorre na região de Waicais, a 300 quilômetros de Boa Vista.



Mais de 80 pessoas foram presas nesta segunda-feira (1º) por prática de garimpo e prostituição na Terra Indígena Yanomami, no nordeste de Roraima. As detenções foram feitas na região de Waicais, a 300 quilômetros de Boa Vista, durante atividades da 'Korekorema II', operação de combate à permanência ilegal em área de reserva indígena iniciada na quinta-feira (27), após uma equipe da Fundação Nacional do Índio (Funai) constatar, durante sobrevoo, a prática de garimpo na localidade. Doze policiais militares atuam na operação apoiando a Funai (Veja vídeo acima)
Ao G1, o coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami e Ye'kuana (FPEYY), João Catalano, disse que com as pessoas detidas foram encontradas armas, drogas, canoas e motores. Na região de Wuaicais vivem cerca de 80 índios da etnia Yanomami.
"Os garimpeiros e as pessoas que estão com eles estavam vivendo ilegalmente na cabeceira do rio Uraricoera e cometendo vários crimes juntamente com a prática do garimpo. Além disso, os índios nativos da região estavam sendo feitos reféns por eles", alegou Catalano.
Além das prisões, dez das 38 balsas usadas pelas aproximadamente 500 pessoas que vivem de forma ilegal na região já foram destruídas. Desta forma, segundo Catalano, a operação deve causar 'pelo menos R$ 4 milhões em prejuízo' aos financiadores do garimpo.
"Essas operações têm o objetivo de causar prejuízo, porque quando você 'mexe no bolso' do cidadão que investe no garimpo, ele tende a deixar a atividade econômica, que passa a ser inviável", pontuou.
Membros da Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami e Ye'kuana, da Funai, Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e 12 homens da Polícia Militar participam da 'Korekorema II', que significia 'panela velha' na língua Yanomami.
Poluição
Segundo Catalano, o garimpo na cabeceira do rio Uraricoera, em Wuaicais, gera diversos malefícios às populações indígenas e pode refletir na qualidade da água do Rio Branco, que abastece todo o estado. A contaminação da água ocorre pelo despejo de metais pesados, combustível e lixo no rio Uraricorera.
"Num primeiro momento, a contaminação do rio Uraricoera afeta com muita intensidade as comunidades indígenas e depois acaba afetando toda a população de Roraima", disse Catalano complementando que há garimpos nos rios Mucajaí e Apiaú. "Essa situação extrapola a questão indígena e se torna um problema de saúde pública".
Operação
Iniciada há quatro dias, a 'Korekorema II' é a continuação de uma operação de mesmo nome desencadeada no início deste ano. Antes de iniciar a ação, membros da Funai fizeram um sobrevoo pela região no último dia 18 e constaram a prática da atividade ilegal.
Estima-se que nessa etapa da ação mais de 90 pessoas já tenham sido detidas, e pelo menos três delas trazidas para Boa Vista. No sábado (28) um sargento da Polícia Militar foi baleado durante um confronto e um reforço policial foi enviado à região.
Depois de detidas, todos as pessoas que vivem ilegalmente na região deverão ser entregues na sede da Polícia Federal, em Boa Vista. "A missão da Funai se encerra quando os criminosos são retirados da área indígena e passam a ficar sob responsabilidade das polícias federal e militar", encerrou Catalano.

domingo, 28 de setembro de 2014

Edição do dia 28/09/2014




Brasileiros cruzam fronteira atrás de ouro. Exploração já retirou quase R$ 1 bilhão, e deixa rastro de desmatamento e poluição na Floresta Amazônica.


Uma corrida do ouro na Floresta Amazônica. A reportagem especial do Fantástico deste domingo (28) mostra como milhares brasileiros cruzam a fronteira com a Guiana Francesa atrás de ouro.
Os garimpos ilegais retiram quase R$ 1 bilhão do meio da floresta, e deixam um rastro de desmatamento e poluição. Atrás dos garimpeiros formam-se cidades do crime: preços abusivos, tráfico de drogas, prostituição. De todo o ouro que eles tiram do solo, no final não sobra quase nada.
O repórter Pedro Bassan acompanhou com exclusividade a maior ação conjunta das forças policiais e militares da França e do Brasil para combater essa máfia do ouro.
Estradas e trilhas que não estão no mapa. Comboios que não podem falhar. Viagens clandestinas pelos igarapés. Um mundo escondido no coração da Amazônia. São os garimpos ilegais da Guiana Francesa.
“E aí Jardielzão agora você vai para a Globo, meu amigo. Diga alguma coisa.”, diz um garimpeiro ao filmar outros garimpeiros.
No garimpo ninguém fala muito. Primeiro, porque está todo mundo ocupado. “Olha o feijão está mexendo com ouro ali dentro da bateia. Chega a estar jogando é de saco”, diz um garimpeiro ao filmar outro colega trabalhando.
Depois, falar para que se um gesto já é suficiente? “Feijão pegou ‘a parada’. Mais de um quilo de ouro aí”.
E garimpeiro também fala pouco porque aqui um sorriso diz tudo. “Jardiel está segurando a bateia de ouro”, diz o garimpeiro em um outro vídeo.

Em busca da promessa do Eldorado
Histórias como a de Feijão e Jardiel fazem a fama dos garimpos da Guiana Francesa. De boca em boca correm lendas de riqueza. De celular em celular correm fotos reluzentes, ostentando um brilho que parece fácil de ganhar. Línguas de ouro a céu aberto, metal precioso rolando montanha abaixo.
Em busca dessa promessa do Eldorado, cerca de 10 mil garimpeiros foram do Brasil até lá e se espalharam por 479 garimpos clandestinos. Um rio em que as duas margens parecem iguais, os olhos não reconhecem fronteira. Mas é uma linha bem conhecida do mapa, um lugar de que todo brasileiro já ouviu falar: Oiapoque. O monumento diz: o Brasil começa aqui.
E do outro lado do rio, as placas dizem que a Europa começa ali. A Guiana Francesa é território francês, o único pedaço da América do Sul que não se tornou um país independente. A ponte sobre o Rio Oiapoque está pronta há três anos, mas o Brasil até hoje não inaugurou as instalações da Receita e nem da Polícia Federal.
Apenas 400 metros separam o Brasil da França. Do lado de lá estão o euro e o ouro, mas esta é uma fronteira que ninguém cruza em linha reta. Milhares de brasileiros já entraram na Guiana Francesa arriscando a vida em pequenas canoas, conhecidas como voadeiras. Elas não só cruzam o rio, como vão até Caiena, a capital da Guiana, em uma viagem de 12 horas pelo mar, dividindo espaço com embarcações muito maiores. No local, circulam histórias de naufrágios e mortes. “História de gente que vai e não chega”, conta um homem.
A Polícia Civil do Amapá tenta combater esse transporte ilegal. Cai a noite e essa é a hora preferida pelos coiotes para cruzar o rio. A polícia está no local, a embarcação vai sair com seis policiais e o Fantástico foi com eles atrás das voadeiras.
As águas são violentas. Muitos coiotes recebem os policiais a tiros. Depois de uma noite inteira vasculhando a escuridão, nenhum sinal das embarcações.
Poucas horas depois, a polícia descobre que um coiote vai partir à luz do dia. Léo Gomes Oliveira cobra R$ 200 de cada passageiro que vai transportar, e recebe adiantado. Ele parte de Oiapoque tentando não chamar atenção, mas já foi descoberto. A lancha da polícia é bem mais rápida, mas é preciso alcançar o barco antes que ele entre em território francês. O barco já foi identificado, e a lancha da polícia faz o acompanhamento à distância esperando o melhor momento para fazer a abordagem.
O sol vai caindo. Se a noite chegar, o coiote vence. O barco se escondeu atrás de uma ilhota, provavelmente eles perceberam a aproximação, e agora vai ser feita a abordagem.
“Vai, acelera, acelera, acelera”, diz um policial para o piloto da lancha da Polícia Civil.
Mãos ao alto. A resposta revela um barco superlotado, com mercadorias espalhadas, passageiros amontoados e olhares indefesos.
Policial: Tão indo para onde? Para Caiena? Para Caiena?
Passageiros do barco: É, é. Para Caiena.
Policial: Para quê? Trabalhar com quê?
Passageiros do barco: Obra.
Policial: Garimpo?
Passageiros do barco: Não.
Policial: Quem é o piloto, você?
Piloto do barco: É.
Policial: Você sabe que tá transportando pessoas em excesso aqui, excesso de carga. Você é habilitado? Você tem habilitação?
Piloto do barco: Tem não.
Policial: Carta marítima?
Piloto do barco: Estou tirando.
Policial: O senhor está preso, atentado contra a segurança fluvial. O senhor está preso.
Passageiros detidos dificilmente desistem da viagem

O assistente do barqueiro também. Eles levavam a bordo sete toneladas de equipamentos e 15 passageiros. A princípio todos negam que estivessem a caminho de um garimpo. Mas, quando a carga é revelada, fica impossível esconder.
“Como você viu, ali tem copo de bomba, mangueira de pressão, então isso a gente não pode dizer que não vai para dentro do garimpo, isso está na cara que vai para o garimpo”, diz o carpinteiro Ivanildo Farias dos Anjos.
O piloto do barco confirma. “O sustento da cidade é do garimpo, se acabar o garimpo aqui não tem nada”, diz o barqueiro Léo Gomes de Oliveira.
Os passageiros são liberados, mas dificilmente vão desistir da viagem. “O passageiro é uma vítima desses aliciadores, porque envolve coisas muito maiores, tráfico de pessoas, tráfico de mulheres para fins de exploração sexual”, afirma o delegado da Polícia Civil do Amapá Charles Corrêa.
Quem não pode ir de barco encontra muitos outros caminhos. As viagens estão gravadas em vídeos que a polícia encontrou nos celulares e câmeras abandonados pelos garimpeiros no meio da floresta. Algumas pessoas passam até uma semana andando na mata.
No fim da jornada, o que espera por eles é a vida dura da floresta. As barracas são precárias, sem paredes. O acampamento ideal para os garimpeiros é totalmente encoberto pelas árvores. Do alto, parece que eles não existem.
“Sem palavras, não pode conversar muito. Olha só o buraco, vou mostrar onde eles descem por essa corda”, revela um garimpeiro ao gravar vídeo.
Poços de 30 metros sem nenhuma segurança. Mulheres também mergulham nessa escuridão. “Bom, gente, eu estou descendo aqui dentro de um poço. Olha só a profundidade desse um poço. Está cada vez ficando mais longe, mais longe”, mostra uma mulher.
Pela cordinha também chegam água e comida, porque o turno de trabalho é de 24 horas. “Aqui é o ouro, só o ouro”.
Garimpeiros retiram da terra 10 toneladas de ouro por ano

Quem trabalha nos barrancos pelo menos vê a luz do sol, mas só ouve um motor que ensurdece. Anualmente, os garimpeiros tiram da terra 10 toneladas de ouro, que valem cerca de R$ 900 milhões. Os sonhos de riqueza são iguais aos de qualquer garimpo. A diferença é que, na Guiana Francesa, todo garimpeiro tem um olho na terra e outro no céu.
Quem combate o garimpo ilegal são os gendarmes, uma espécie de Polícia Militar da França. As operações de helicóptero partem de Caiena. São quatro helicópteros e 60 policiais. Do alto é mais evidente o contraste entre a beleza da Amazônia e a devastação provocada pela febre do ouro.
Um garimpo foi escolhido pelos policiais porque está crescendo demais. Os policiais muitas vezes são recebidos a tiros. Por isso, dois atiradores de elite descem na frente e vão abrindo caminho para os soldados do Exército que vêm apoiar a missão.
Comparado com outros na Guiana, o garimpo era pequeno, e agora deixou de existir. Mas a natureza vai levar muito tempo para se recuperar do imenso estrago que 15 pessoas fizeram no coração da floresta.
Os policiais destroem os equipamentos. O garimpo era dos mais bem equipados, com fogão, freezer e até parabólica. Itens que são um luxo na mata, ao lado do banheiro improvisado na beira do rio. Na barraca dormitório, as roupas no varal indicam uma fuga às pressas.
“Balbino, Branquinho, Gordinho, Preto, Pedro, Rosa, Rodrigo, Coroa e Demi: os moradores do garimpo”, diz o repórter ao identificar uma lista dentro do garimpo abandonado.
Eles saíram correndo, mas conseguiram salvar o item mais valioso do acampamento: a ponta do fio da antena do rádio que eles levaram com eles. Mas eles não foram muito longe. O rádio está no meio do caminho, e é bem pesado. Realmente ninguém consegue carregar isso muito tempo no meio do mato. E eles podem estar bem perto.
Operação da polícia encontra provas importantes

Em uma outra operação, a polícia capturou um vídeo. Sem medo, dois garimpeiros passam horas e horas a poucos metros dos policiais.
O pessoal do garimpo não parece tão tranquilo e deixou para trás provas importantes: números de telefone, contas bancárias e um registro da produção. Em dois meses, foram quase três quilos de ouro. Nos cadernos, ficou gravado também o sonho de um garimpeiro.
Nas horas de folga, o autor do desenho ia imaginando uma casa. Não era nenhuma mansão, mas tinha espaço, conforto, e piscina no quintal. No fim sobrou um pedaço de papel, mais uma ilusão desfeita pelo sistema cruel da garimpagem ilegal.
O ouro encontrado vai embora rápido: 70% fica com o dono do garimpo, que é quem investiu nas máquinas. Na cantina, vai ficando o que sobra. Um grama de ouro vale um pouco mais de R$ 90. Um quilo de farinha custa um grama de ouro. Uma garrafa de cachaça, 3 gramas.
“A única coisa vendida a preços baratos é a cocaína, cujo uso permite trabalhar em condições abomináveis: no escuro, sem oxigênio, a 100% de umidade, cavando a terra durante todo o dia. Nós nunca vimos um caso sequer de um garimpeiro que tenha voltado milionário para o Brasil”, explica o chefe de gabinete do governo da Guiana Francesa, Xavier Luque.
Em outro lugar onde os garimpeiros deixam muito dinheiro não existe tabela de preços. A exploração da prostituição e o tráfico de mulheres são alguns dos crimes mais comuns no garimpo. Quando a tão sonhada riqueza vai embora, outro crime entra em cena. “É um tipo de escravidão moderna, que eles ficam vezes à mercê daqueles patrões, do dono das máquinas. Acabam sumindo, morrendo ali mesmo, sem que até os familiares saibam”, afirma o delegado-geral da Polícia Civil do Amapá Tito Guimarães.
Junto com os sonhos desfeitos, a natureza também se desfaz. Ao todo, 200 quilômetros de rios já estão poluídos e 24 mil quilômetros quadrados já viraram manchas de deserto na Amazônia.
De vez em quando a melodia de um pássaro corta o ar, para lembrar que esta é a maior floresta do mundo. Mas esse canto é cada vez mais raro. Parece que até os pássaros já aprenderam que no garimpo, ninguém fala muito.